Estou
apaixonado, mas pela pessoa errada. Eu sei, é armadilha, maior cilada. De mim
ela faz gato e sapato, me esfola vivo, me esfrega os pés na cara. Sair dessa eu
quero, ou melhor, deveria. Mas como faço? Onde desligo o coração, onde eu aperto
o botão? É, não tem jeito. Meus amigos estão preocupados, meus pais,
desesperados. Ela é mulher vivida, fera ferida, sabe o que fazer, onde ceder e
como humilhar. Traz na coleira o que faço e, para ela, eu faço mesmo qualquer
mimo, qualquer capricho. Ela é de aquários, é por isso que tanto me afogo. Nem
sou de peixes, mas nado em suas águas e sou fisgado pelos lábios. Eu sei, é triste.
Meu passado é macho alfa, de dominador dos sete mares. Agora sou apenas um
rascunho do pegador, do cara bom de pescaria. Noitada, agora, é em casa,
massageando-lhe os pés e lhe trazendo café na cama. Larguei o cigarro, reduzi a
bebida e durmo antes da meia-noite. O que aconteceu comigo, onde foi que perdi
a noção do perigo ao tentar conquistá-la?
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