Quando eu te vi, era
alta madrugada, quase esquina com o nada. Seus olhos enxergaram algo além do
meu vulto. Você fugiu e eu te persegui. Enfiei-me por entre becos e bares,
vasculhei as pontes e os mares, mas nada encontrei. Era o fim da noite, aurora
do sofrimento, mais uma vez busquei o vazio de um passado que me salta aos
olhos como se ainda existisse.
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Quando quis chamar o
amor de meu, ele me escorregou por entre os dedos. O amor não é objeto para ser
de alguém, ele não é adestrado nem pode ser controlado. Amor é imensurável,
desbeiçado e sem amparo. Ele é conquistado nos detalhes, nas pequenas
diferenças. O amor se faz todo dia, o amor vai e volta, passeia por entre nós e
tantas vezes não notamos. O amor é presente, mas pena que poucos o percebam
para dele desfrutar.
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