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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Na garganta


E quem explica a sutileza de um lábio, a maciez de um beijo, o brilho cósmico de um olhar? Talvez eu não entenda tanto de amor quanto eu queira, talvez meu sentimento seja mais sincero do que intenso. Francamente, eu não sei explicar. Apenas sei que sinto e vivo e que me sinto mais vivo por, simplesmente, sentir. Quando meu rosto se aproxima do seu, tudo perde sentido e faz ainda mais sentido. É quase como explicar a teoria da viagem no tempo ou o segredo das pirâmides do Egito. A ciência não me cativa, o que me motiva, de verdade, é essa explosão, é essa sinestesia. Tudo tem gosto, forma, cheiro e textura, tudo tem um porquê, assim que te vejo, assim que te percebo. Minhas palavras não dão conta do que se passa quando você passa. E minhas pupilas te acompanham, tentam te dar as mãos. Tudo, assim, tarde demais porque tentei entender o que sinto em vez de, agora entendo, correr até você para dizer. Se ainda for tarde, talvez demais, vai doer ainda mais, mas assumo o risco, pois não me cabe mais na garganta, não me aguento mais de vontade da vontade de você. Então, feche os olhos e ouça o que eu digo. Sinta como eu me sinto. Se não der certo, ao menos, terá sido pela razão de eu me abrir, de eu me excluir desse imenso e insólito labirinto.

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