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sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Sujar as mãos

A vida pode ser quietude, passividade e sossego. Pode ser à beira mar, com sabor de pêssego. Mas vocês conseguem viver assim? Vocês conseguem largar tudo, se alienar do mundo e partir por aí? Alguns sim e muitos com certeza. Mas eu não. Jogo no time dos incomodados, dos inconformados, daqueles que se perturbam com o status quo. Dizem que os incomodados que se mudem. E estamos nos mudando, mas levando o mundo junto conosco. Sempre acreditei na transformação, na necessária mudança. Não é mudar por modismo, para criar tendência. É mudar por algo e por alguém. O modelo atual ainda é invasivo, excludente, deprimente. Serve para poucos e não para todos. Aí, eu enxergo a obrigação da mudança, da reorganização dos fatores. Seria ilusão e ingenuidade querer tudo diferente de forma expressa, a jato. Porém, dá para fazer, dá para mexer a massa, bater o concreto e encaixar os tijolos. Precisamos da coragem para sujar a mão de graxa, fuçar nas engrenagens. Não quero que todos tenham camaro amarelo, mas sim que haja um teto para cada um, brasileiro ou não. Quero que comida seja algo natural no dia a dia, quero que as empresas produzam, empreguem e cresçam. E também quero que o trabalhador opere, prospere, mas que também descanse. Quero que as oito horas se tornem seis, para que mais pessoas possam trabalhar e consumir. Quero que o salário médio e o mínimo não ensejem sobrevivência, mas uma vida em que exista o mínimo de conforto e recreação. Não é um sonho e sim uma meta. Talvez a metade que ainda falta a fazer. Não sejamos alarmistas. O país melhorou, progrediu, incluiu, mas ainda não o suficiente. Não atribua isso a Lula, Dilma, FHC, Itamar ou Collor. O que fez o Brasil melhorar foi a democracia, com eleições livre e diretas, com imprensa livre, com pluralidade de partidos e ideologias. Sei que as pessoas ainda se confundem e confundem fazer político com benefícios pessoais. Tudo bem, sem problema. A mudança vai varrer para longe toda essa sujeira, toda essa corrupção de valores e de caráter. Apenas tenhamos em foco que não se pode parar, as ruas não podem se acostumar ao silêncio cidadão e ao ruído dos criminosos. Somos nós, é nossa responsabilidade tomar as esquinas e avenidas e fazer a roda viva girar. Não se cale, não se torne lobo de sua própria hipocrisia, a marcha, a dos democratas e civilizados, deve continuar. O mar continuará onde está, continuará à espera depois nossas lutas e embates.

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