Você nunca mais
apareceu. Mas, quando apareceu, foi na hora certa. Eu estava só, triste, sem
rumo. Vivia de passado, de migalhas das próprias lembranças. Então, eu conheci
você. Sua desconfiança, seu jeito de se entregar, tudo se encaixou em minha
vida como um quebra-cabeça bem montado. Logo, minhas noites tinham você e a
solidão se tornou apenas uma palavra. Uma palavra esquecida. Era tudo bom o
tempo todo. Porém, sua insegurança e suas histórias mal resolvidas nos
atrapalharam, vivemos de idas e voltas, de surpresas nem sempre agradáveis.
Esticamos o elástico ao máximo e dos dois lados. Ele não arrebentou, mas ficou
frouxo e sem textura. Nossa relação se tornou isso, um elo sem firmeza, sem
resistência. Em algumas noites, queimávamos de paixão e luxúria, em outras, era
como se não fôssemos nem conhecidos. Essa bipolaridade me matava aos poucos,
contaminava meu bem estar, meu bem viver. Não demorou e estávamos separados.
Unidos pelo que sentíamos, afastados pelo que não podíamos. Ainda penso em você
e não me arrependo de nada. Sei que nunca mais a verei, mas sempre terei algo
bom de você em meus pensamentos. Isso me basta para seguir em frente, para
buscar meu firmamento.
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