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terça-feira, 5 de novembro de 2013

Firmamento


Você nunca mais apareceu. Mas, quando apareceu, foi na hora certa. Eu estava só, triste, sem rumo. Vivia de passado, de migalhas das próprias lembranças. Então, eu conheci você. Sua desconfiança, seu jeito de se entregar, tudo se encaixou em minha vida como um quebra-cabeça bem montado. Logo, minhas noites tinham você e a solidão se tornou apenas uma palavra. Uma palavra esquecida. Era tudo bom o tempo todo. Porém, sua insegurança e suas histórias mal resolvidas nos atrapalharam, vivemos de idas e voltas, de surpresas nem sempre agradáveis. Esticamos o elástico ao máximo e dos dois lados. Ele não arrebentou, mas ficou frouxo e sem textura. Nossa relação se tornou isso, um elo sem firmeza, sem resistência. Em algumas noites, queimávamos de paixão e luxúria, em outras, era como se não fôssemos nem conhecidos. Essa bipolaridade me matava aos poucos, contaminava meu bem estar, meu bem viver. Não demorou e estávamos separados. Unidos pelo que sentíamos, afastados pelo que não podíamos. Ainda penso em você e não me arrependo de nada. Sei que nunca mais a verei, mas sempre terei algo bom de você em meus pensamentos. Isso me basta para seguir em frente, para buscar meu firmamento.

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