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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Mas era dia


“...Faltou luz, mas era dia, o sol invadiu a sala
Fez da TV um espelho, refletindo o que a gente esquecia
Faltou luz, mas era dia,
Faltou luz, mas era dia...”

Composição: Marcelo Yuka

Quantas vezes, na sua vida, faltou luz durante o dia? Quantas vezes você se foca tanto no problema e esquece que a solução está ali do lado? Quantas vezes você se concentra tanto nos defeitos e negligencia os méritos? Quantas vezes você chora a ferida e tarda ainda mais a medicação? A tragédia e o inesperado têm o poder de nos cegar, de escurecer o óbvio. Nesse caso, como fazer, como proceder? Não é simples, mas temos que enfrentar nossa tendência aos abalos e ao drama. Devemos engolir o choro e tomar as providências. Devemos resolver o dilema para depois travestir o luto. É assim que funciona.

Acredita-se que, a partir de aconselhamento do Marquês de Pombal, o rei português tomou as medidas cabíveis para contornar os graves problemas que afligiram Lisboa, após brutal terremoto, em 1755. Mas quais foram os conselhos de Pombal? Simples, enterrar os mortos (ou seja, enterrar os traumas do passado, evitar trazê-los à tona a cada adversidade), cuidar dos feridos (isto é, resolver aquilo para o que ainda há solução) e fechar os portos (em outras palavras, obstruir a passagem de oportunistas e pessoas malévolas que se aproveitam das fraquezas alheias).


Como se vê, a luz pode faltar, mas se lembre sempre de que o dia brilhará, de que haverá sempre um caminho, uma saída para qualquer mal que sobressair. Marquês de Pombal sabia disso, então saiba você também. A luz pode faltar, mas, na sua cabeça, sempre será dia de brilho intenso e raios vívidos.

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