Nem tudo o que aprendi foi
na escola, nem tudo o que consegui foi na cola. Minha alucinação não vem da
droga, mas da minha inquietude, do meu espírito crítico. Sou assim desde
criança, mexo, fuço, entendo. Não disfarço, se eu quiser, chego e falo. É meu jeito,
meu endereço. Meu recado é direto, vai no queixo, sacode a têmpora. Não sou de
meias verdades, digo por inteiro, do começo ao fim, de dentro para fora. É
verdade que não ligo para o que acham. Pouco me importo com o que dizem, quase
sempre entra por um ouvido e sai pelo outro. Minha atenção é seletiva, só a
gasto com quem faz por merecer. Já minha confiança, essa é mais difícil de
conquistar. Curiosos também são desconfiados, certo? Nunca fui de acreditar,
nunca fui um bom cristão. Sempre questionei os dogmas, sempre bati de frente
com o "porque é assim". Isso não me satisfaz. Explicação tem que ser
por inteira e na ordem certa. Processo vem antes do produto, sucesso depois do
trabalho e assim por diante. Eu não vou engolir qualquer justificativa. É preciso
me convencer das verdades. Eu tenho que ver para crer, sou São Tomé. E, pode
contar com isso, não me convenço antes de minha própria investigação. Alguns
chamam isso de neurose, eu prefiro dizer que é ciência, empirismo e
autoconhecimento. Procurar saber diz tanto sobre mim quanto sobre a pesquisa em
si. Aprendo em dobro e aprendo melhor. Por isso, tenho tantas anotações,
escrever faz de mim um autor, compartilhar o que sei me torna benfeitor. Então,
vamos em frente, com uma interrogação nas mãos, desconfiança nos pés e muita
vontade de aprender. A vida é uma faculdade e ainda nem cursei a metade.
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