Eu
me apaixonei por você. Perdida e enlouquecidamente. Você sempre foi gentil,
especial e cavalheiro. Queria a mim como qualquer homem quer, mas queria com
docilidade, esperança e jeitinho. Você sabia me dizer algo engraçado, sabia
apertar meu corpo contra o seu, saiba me fazer um carinho sem que eu pedisse.
Você sabia tanto sobre tanta coisa. Sua maneira tímida e, ao mesmo tempo,
confiante de discorrer me deixava em estado de hipnose. Na dúvida, era com suas
palavras que eu me aconselhava, no frio, seus braços me cobriam. Era tanta
coisa boa que nem sei por que acabou. Deveria ser para sempre, você comigo, nós
dois juntos. Mas você não quis assim, com a voz embargada, o choro retrancado,
me disse que queria conhecer o mundo e outras pessoas. Eu não aceitei, eu não
quis, mas você se foi mesmo assim. Agora, fico aqui com essas lembranças
ingratas, esses presentes de grego. Quanto mais tento esquecer, mais me lembro
e lamento. Eu sei que não vou morrer de saudade, nem quero sua piedade ou que
sinta pena. Não, eu vou sobreviver a isso, vou reconstruir o que preciso e
encontrar um novo alguém assim como você. O que peço, um último pedido, é que
você não mude, não se destrua. Seja sempre aquele rosto iluminado e delicado
que eu conheci. Não se deixe influenciar pelas maldades desse mundo. Mantenha
sua essência, mantenha-se especial. Desse modo, você sempre será alguém de quem
lembrarei com amor e saudade no coração. Desse modo, você sempre semeará o bem
por onde passar. É isso que lhe desejo, que seja sempre esse coração sincero e
irretocável, essa criança que a tantos contamina. Que seja o meu amor, ainda
que não mais em meus abraços apertados.
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