Ela decidiu se formatar. Decidiu formatar o próprio coração e
nem me deixou fazer o backup. Por telefone, iniciou o processo. Antes mesmo que
eu pudesse tentar reverter a desinstalação, ela pegou as malas e se mandou. Foi
para algum lugar além do Atlântico e eu fiquei aqui, segurando o pranto, com
DVD e pen drive à mão. Com o avanço do processo, fui me sentindo velho, vazio e
acabado. Aos poucos, o disco rígido onde eu costumava salvar meus arquivos se
tornou um espaço em branco, livre para novos registros e programas. E agora?
Onde poderia me salvar, de onde eu recomeçaria a operacionalizar? Aí, eu
entendi, eu também tenho meu HD, eu também posso me formatar. E assim fiz,
apaguei cada memória, cada foto, cada filme a que assistimos juntos. Foi
doloroso no início, sair de mim, refazer meu Windows, mas deu certo. Com o
disco limpo, pude, em mim mesmo, reinstalar meus arquivos e procurar meus
próprios programas, baixar os mais recentes navegadores. Saudade já foi, agora
tenho que atualizar minhas extensões, otimizar minha performance. E assim venho
fazendo, fugindo dos meus antigos favoritos e dando chance a novos endereços e
contatos na barra do meu browser.
Achei o texto muito bacana, bem escrito e boa a comparação..Parabéns.
ResponderExcluirRL