Venha,
venha, nós já estamos indo e você também. Você não vai ficar aí parado,
estático, feito estátua. Não é por não
ter para onde ir que você deva ficar. Sei que é difícil, mas não impossível. Aja,
reaja, faça acontecer. Tudo só acontece quando você põe as mãos na massa e os
pés na jaca. Não deixe que pareça uma desgraça, transforme o revés em
oportunidade, em solavanco para a grande mudança. Sei que você queria
continuidade, plano de carreira, estabilidade. Mas a vida é gangorra, um
balanço de Deus, então, lá vamos nós aí de novo, pendulando, balançando de um
extremo ao outro, sem cair ao chão. Parece complicado, mas nem tanto, nosso DNA
é de orangotango, sabemos sacudir em árvores, voar através dos cipós. E nem
venha dizer que já esquecemos como se faz; é como andar de bicicleta, podemos
até ficar enferrujados, desajustados, mas jamais desaprendemos. Viver é isso, é
correr riscos, colocar o pescoço a perigo, mudar de cidade, rever de quem temos
saudade e abrir novas portas.
Se
por um lado, a vida nos ensina a preservar o que temos de mais valioso; por
outro, ela nos mostra que a forma de sermos mais vulneráveis é ficando
paralisados, congelados nas certezas e garantias que, de fato, nos garantem
muito pouco ou quase nada. Por essa razão, não tenha medo, não tenha receio.
Mais do que botar a cabeça para fora da toca, mude de toca, mude de hábito.
Seja como for, ainda seremos nós mesmos, aquelas pestes insistentes e irritantes, que malham o ferro frio e esmurram as pontas de faca até que os
sinos dobrem, as vacas tussam e a felicidade seja muito mais do que a palavra
riscada em um dicionário perdido.
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