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sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Seremos livres


Eu conto mentiras, mas não é para te ferir
É pra proteger a criança que ainda existe em você
Não sou o cara que seus contos de fadas prometeram
E, mesmo assim, comigo você se sente bem e acolhida
Não sei fazer declarações, entregar flores
Mas quando digo algo, é pra valer, vem de dentro
Sei que você é do tipo sonhadora, idealista
E eu já sou mais direto, bruto, pé no chão
Mas sempre nos vemos por algum motivo ou razão
Talvez seja porque você tenha algo a aprender
E eu, mesmo sem saber, a ensinar
Não gosto do papel que represento
Do cara errado, de pés trocados e discurso ralo
Queria falar de amor, de paixão, de futuro
É, eu não sou o cara para essa conversa
Gosto de você, do que nós temos
Eu não vou mentir, longos prazos não são comigo
Então, por que insistir, ligar, procurar?
Essa corrente é forte, mais forte do que nós dois
Não devíamos, mas estamos sempre nos vendo
É como vício, veneno que rasga em nossas veias
Seus beijos me arrastam e meus abraços te prendem
Não vou mentir, fazer poesia, prometer outra vida
Sou assim, vadio, perdido e incorrigível
Qual o sentido de tudo isso?
Não ficamos juntos, mas também não nos separamos
Rodamos em círculos, corremos atrás do próprio rabo
E acabamos nos braços um do outro, sem saber quem começou
Queria deixar um adeus, mas eu não consigo
Queria ficar pra sempre, mas meus pés me levam embora
Como foi que deixamos chegar a esse ponto?
Eu vou tentar esquecer, prometa não me procurar
Algum dia, terá sido como se nunca tivesse acontecido
E você entenderá que foi tudo outra vida, outra estação
E seremos livres para sermos o que quisermos de nós mesmos
Sem as amarras e cordas que nos prendiam ao proibido

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