Eu conto mentiras,
mas não é para te ferir
É pra proteger a
criança que ainda existe em você
Não sou o cara que
seus contos de fadas prometeram
E, mesmo assim,
comigo você se sente bem e acolhida
Não sei fazer
declarações, entregar flores
Mas quando digo
algo, é pra valer, vem de dentro
Sei que você é do
tipo sonhadora, idealista
E eu já sou mais
direto, bruto, pé no chão
Mas sempre nos
vemos por algum motivo ou razão
Talvez seja porque
você tenha algo a aprender
E eu, mesmo sem
saber, a ensinar
Não gosto do papel
que represento
Do cara errado, de
pés trocados e discurso ralo
Queria falar de
amor, de paixão, de futuro
É, eu não sou o
cara para essa conversa
Gosto de você, do
que nós temos
Eu não vou mentir,
longos prazos não são comigo
Então, por que
insistir, ligar, procurar?
Essa corrente é
forte, mais forte do que nós dois
Não devíamos, mas
estamos sempre nos vendo
É como vício,
veneno que rasga em nossas veias
Seus beijos me
arrastam e meus abraços te prendem
Não vou mentir,
fazer poesia, prometer outra vida
Sou assim, vadio,
perdido e incorrigível
Qual o sentido de
tudo isso?
Não ficamos juntos,
mas também não nos separamos
Rodamos em
círculos, corremos atrás do próprio rabo
E acabamos nos
braços um do outro, sem saber quem começou
Queria deixar um
adeus, mas eu não consigo
Queria ficar pra
sempre, mas meus pés me levam embora
Como foi que
deixamos chegar a esse ponto?
Eu vou tentar
esquecer, prometa não me procurar
Algum dia, terá
sido como se nunca tivesse acontecido
E você entenderá
que foi tudo outra vida, outra estação
E seremos livres
para sermos o que quisermos de nós mesmos
Sem as amarras e
cordas que nos prendiam ao proibido
Nenhum comentário:
Postar um comentário